sexta-feira, 5 de março de 2010

Treinamento de corrida - Pliometria

A Pliometria melhora a performance do corredor?

O termo pliometria também pode ser substituído por “exercícios cíclicos de alongamento-encurtamento” que é uma seqüência de ações concêntricas e excêntricas executadas no menor espaço de tempo em apenas um movimento.

O meio mais utilizado para o treinamento de potência é o de saltos pliométricos e (ou) saltos profundos onde se utiliza de saltos com plintos, bancos, steps e barreiras com inúmeras variações dos saltos. Já os exercícios utilizando lançamentos de bolas (medicinebol) são empregados para o desenvolvimento da potência dos membros superiores.

Do ponto de vista fisiológico, o trabalho pliométrico também pode ser chamado de ciclo alongamento-encurtamento resultando numa ação concêntrica poderosa, devido à energia elástica armazenada em músculo e tendões e da pré-inervação gerada pelo reflexo do fuso muscular. O maior proveito da força se dá pelo acúmulo de energia potencial elástica, cujo acúmulo pode ocorrer pela presença de proteínas elásticas do sarcômero (Rassier, 2005).

Em estudos recentemente publicados, mostram a melhora da economia de corrida através do aumento da força e a potência; aumentando a capacidade do músculo suportar o estresse mecânico; aumentando a capacidade de acumular e restituir energia elástica e possivelmente aumenta a eficiência mecânica (Evangelista, 2009).

Mas se durante a corrida de longa duração, a capacidade física predominante é a resistência aeróbia, por que treinar a força explosiva? A grande vantagem é o que chamamos de “economia de corrida”. Existem artigos mostrando que atletas com o mesmo VO2max não possuem, necessariamente o mesmo desempenho. O atleta com maior economia de corrida consegue manter maiores velocidades em razão do menor gasto energético e do melhor aproveitamento do oxigênio. Estudos recentemente publicados, mostram a melhora da economia de corrida através do aumento da força e a potência; aumentando a capacidade do músculo suportar o estresse mecânico; aumentando a capacidade de acumular e restituir energia elástica e possivelmente aumenta a eficiência mecânica.

Refletindo o grau de impacto que os exercícios têm no sistema neuromuscular, os exercícios pliométricos podem ser classificados em níveis (Bompa, 2004):

Níveis - Tipos de Exercícios - Intensidade do Exercício
1 - Saltos de alta reatividade - Máxima
2 - Saltos em profundidade - Muito alta
3 - Exercícios de saltos múltiplos - Submáxima
4 - Saltos de baixa reatividade - Moderada
5 - Baixo impacto, saltos no lugar - Baixa

Exemplo de um treinamento pliométrico (Monteiro e Lopes, 2009):
Séries - 5
Repetições - 3 a 8
Pausa - 2 a 5 minutos
Exercício - saltos múltiplos com barreiras (laterais e frontais

Descrição das variáveis manipuladas no protocolo:
•A Intensidade refere-se a altura do salto e complexidade do mesmo . Consideramos como uma intensidade alta o suficiente para recrutar fibras do tipo II.
•O Volume é aproximadamente de 3 à 8 repetições, o que leva à utilização de fosfocreatina, glicose e glicogênio muscular como substratos energéticos necessários para realização de tal trabalho mecânico.
•A Pausa é considerada como suficiente para recuperação completa dos estoques de fosfocreatina, conferindo um caráter metabólico anaeróbio alático ao protocolo.

Vale ressaltar que a Pliometria deve ser aplicada por um profissional com experiência neste trabalho, considerando vários fatores como perfil e limitações de seu atleta; piso correto (pois apenas na superfície rígida há o trabalho pliométrico); maneira como o pé apóia no chão (ante-pé, meio-pé ou retro-pé) e período correto de aplicação e aproveitamento em sua periodização.

Recomenda-se também que esta forma de trabalho seja utilizada para indivíduos mais treinados. Portanto, antes de iniciar um programa de treinamento pliométrico, faça um programa de treinamento de força e inclua também educativos de saltos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOMPA, TO. Treinamento de Potência para o Esporte. São Paulo. Phorte, 2004.
EVANGELISTA AL. Treinamento de corrida: bases fisiológicas e do treinamento. São Paulo, 2009. Phorte Edtora.
RASSIER, DE. Mecanismos moleculares e celulares de contração muscular e produção de força. Congresso Internacional de Preparação Desportiva. Porto Alegre, 20-22 de Maio de 2005.
MONTEIRO, AG., LOPES, CR. Periodização Esportiva: estruturação do treinamento. São Paulo. AG Editora, 2009.

Arthur Monteiro
www.arthurmonteiro.com.br